quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Preconceito: Uma Palavra Capaz de Gerar Controvérsias, Conflitos e Justificar a Violência de Indivíduos e Tribos Urbanas.


Segundo o Dicionário Aurélio, Preconceito pode ser uma idéia pré-concebida ou suspeita, intolerância, aversão a outros povos, credos, religiões, etc. Conceito que, após lido nos faz perceber o quanto está palavra está inserida em nosso cotidiano como pano de fundo, uma vez que é normal para o ser humano julgar idéias, objetos, pessoas, tribos urbanas... Enfim, tudo tendo como base uma idéia pré-concebida que nascem, em sua grande maioria, no olhar e não gostar, mas não é desta forma que as coisas deveriam funcionar.

Fazendo uma associação desta palavra com o Movimento LGBT, perceberemos facilmente que, atualmente, não são os julgamentos que predominam, mas sim as agressões que parecem ganhar força, já que os meios de comunicação (Rádio, televisão, Jornais e Revistas) trazem uma leva de notícias deste tipo. Neste meio, “o olhar e não gostar” pode não acabar muito bem, um exemplo disso é o caso do pai e filho que foram agredidos em uma exposição na cidade de São João da Boa Vista, a 216 km de São Paulo, mesmo dizendo que não eram gays aos agressores, que aparentaram ter acredito, mas ao os verem abraçado, retornaram e iniciaram a agressão. Este e outros casos, como o dos jovens agredidos com uma lâmpada na Avenida Paulista, por um grupo de cinco rapazes e o mais chocante é que quatro deles eram menores de idade, faz com que nós nos questionemos sobre o porquê de tanta violência gerada pelo Preconceito, será que esta questão pode ser respondida?

Pesquisando e lendo a respeito, é possível se notar uma grande controvérsia que transita do amor ao ódio, mas nenhuma resposta concreta e que justifique tamanha violência. A transição do amor para o ódio fora citada em uma matéria publicada pela Revista Época, em 04 de março de 2011, sendo postada na íntegra no Blog Revisione Crítica (Que não tem nenhuma relação com a revista), a qual aborda o fato de em épocas de carnaval, o universo LGBT ser celebrado, já que a cultura carnavalesca, como relata a reportagem, possui muito deste universo, chegando a passar, para os freqüentadores um clima de tamanha tolerância, uma vez que há muitos homens vestidos de mulheres, os quais fora dessa época, seriam os mesmos a agredirem homossexuais ao decorrer do não, o que acaba ficando difícil de entender... O Dr. Drauzio Varella em uma matéria relacionada à sexualidade, coloca a homossexualidade como “uma ilha cercada de ignorância por todos os lados” e relata que, para os que julgam “qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ele (ou ela)” e ressalta que “se a homossexualidade fosse apenas perversão humana, não seria encontrada em outros animais”.

Em uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com Rosa Luxemburg Stiftung, em 2008, mostra que um em cada quatro brasileiros são homofóbicos. Já em uma matéria publicada no jornal O Globo, o coordenador da pesquisa, o sociólogo da USP Gustavo Venturi diz que as pessoas não têm constrangimento nenhum em assumir isso... O motivo seria a ausência de critica da sociedade em relação a este comportamento, algo que concordo, já que se a sociedade se posicionasse a respeito, haveria a possibilidade de tais comportamentos se alterarem, até mesmo com a aprovação do PLC 122, lei que os responsáveis por sua aprovação e a Presidente Dilma Rouseff deveriam, perante os casos de agressão desenfreados, serem a favor.

No meio LGBT, a falta de aceitação clara, está entre os Bissexuais, que pela maioria das pessoas se basearem em um estereótipo, o qual os coloca como “ninfomaníacos que não passam vontade” ou como uma forma de aceitação interior maior, pelo fato do mesmo poder se sentir a vontade, já que os familiares não o pressionam como ocorre com os gays e até os homens heterossexuais, que são os que mais possuem preconceito contra os gays, aceitam de uma forma melhor, por acreditarem que aquele homem um dia poderá casar com uma mulher e compor uma “família normal”, ou uma mulher bissexual possa ficar com um homem e também compor uma “família normal”.

Conversando com alguns Bissexuais, notei que os mesmos na maioria das vezes não conseguem engatar um relacionamento sério pelo simples fato do gay masculino ou da lésbica não o aceitarem, por o colocarem como indecisos ou correrem o risco de serem trocados por alguém do sexo... Acredite isso realmente acontece! Nenhum gay quer ser trocado por uma mulher ou uma lésbica por um homem, algo parecido com os heterossexuais que chegam a ficar traumatizados quando algo assim acontece, Katy Perry pode ser citada como exemplo. Ah propósito, em uma conversa com alguns amigos, as mulheres se mostraram muito preconceituosas em relação às lésbicas e os homens em relação aos gays, até ai convencional, mas em uma tentativa de justificar o porquê de uma agressão ser mais comum no gay do que na lésbica, eu escutei o seguinte: “Se os homens batem em mulheres, por mais que ela seja mais homem do que ele, são colocados como covardes, mas se batem em homens, principalmente gays os mesmo tem mais valor”... Não acredito até agora, no que acaba sendo real entre os jovens.

Para finalizar, o preconceito no caso dos homossexuais não diminuiu o quanto pensamos e... Por quanto tempo está realidade prevalecerá? Existe a esperança de que a nova geração, a qual possui uma “mente mais aberta” e não tão primitiva, podendo até ser colocada como mais “liberal”, venha acabar com isso... Pode até ser que aconteça, mas enquanto muitos destes encontram-se brigando em redes sociais ou em grandes portais tentando definir qual a celebridade do mundo musical brilha mais e aparentam não ligar para mais nada a não ser isso... As coisas se tornam bem difíceis.

X.O.X.O,

WandercooL’

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