segunda-feira, 13 de junho de 2011

1º Encontro: Protituição No Âmbito LGBT - Março/2011



Aconteceu no dia 13 de março, ás duas e meia da tarde, no Centro Cultural Vergueiro, o primeiro encontro oficial do grupo E-Sampa, o qual marcou o retorno do mesmo aos trabalhos após uma longa pausa em suas atividades, sendo também meu primeiro encontro como presidente. O tema central para debate do mesmo foi Prostituição no Âmbito LGBT.
          
Apesar de a Prostituição ser conhecida como uma das profissões mais antigas do mundo, a mesma ainda é vista como um tabu e quando focalizada no âmbito LGBT, este “tabu” aumenta. Existem aqueles que acreditem que trocar sexo por dinheiro, nunca será visto como algo normal, mesmo se passar a ser reconhecido como profissão, mas também exista quem pense o contrário e torça para que um dia certos benefícios, como reconhecimento e aposentadoria, sejam concedidos e que o tabu se quebre... Agora você me pergunta: Os que pensam dessa forma são somente Garotas (os) de Programa? Não, será a minha resposta. Existem muitas mulheres e até mesmo homens fora desta “profissão”, que por conhecerem pessoas do meio ou apenas sentir pena das coisas que os mesmos se sujeitam e darem força para que melhorias sejam alcançadas, já que muitos presentes neste meio entraram por estarem em meio a uma grande necessidade e não terem escolha naquele momento ou por gostarem de fazer sexo e do dinheiro fácil, mas poucos se encaixam nesta hipótese.
          
Ao iniciarmos, uma pequena apresentação dos presentes foi feita, ao iniciar por mim e após, o tema foi apresentado aos mesmos. Duas matérias forma apresentadas e se fizeram como base: Um apresentava o tema e tabu, que no âmbito LGBT o mesmo representava e o outro, trazia um relato do cotidiano de um garoto de programa falando das dificuldades e do preconceito que o mesmo sofria. Para nos estabelecermos, havia preparado um pequeno roteiro em espécie de questionário para ser debatido e em eventuais problemas, ser apenas preenchido, já que estávamos em um lugar aberto... Infelizmente, o tempo não cooperou e as freqüentes ameaças de chuva, nos fizeram preencher o questionário e encerrar partes de tal debate.
          
Após o encontro, os avaliei junto ao pequeno debate que tivemos, podendo assim chegar a algumas conclusões... Em nosso debate, um dos focos temporários foram os Travestis, os quais são os mais envolvidos, falados e vistos deste mundo. Por não terem oportunidades de emprego por conta do grande preconceito que sofrem, está profissão acaba sendo a única saída para suprir as necessidades dos mesmos, assim como as dos gays, que muitas vezes menores de idade acabam expulsos de casa ao se assumir. As drogas, que também foram um dos tópicos de nosso debate, entram em cena por conta dos clientes obrigarem o garoto (a) de programa que os acompanha a consumir ou pelos mesmos não agüentarem as humilhações ou não se conformarem com a vida que levam.

          
Este meio, colocado como obscuro, veio com grande força a mídia através de Bruna Surfistinha codinome de Raquel Pacheco, que também esteve como tópico nosso debate. A Ex-Garota de Programa ficou conhecida por ter um blog na internet onde relatava seu dia-a-dia, o desempenho de seus clientes na cama, postava fotos e se divulgava. Atualmente a mesma é autora de três livros, sendo que um deles é um relato sobre sua vida e os outros dois contém dicas diversas sobre sexo e sedução e... Uma cine biografia, baseada em seu primeiro livro, foi produzida e lançada em cinemas nacionais. Estrelado por Débora Secco, o longa foi visto por mais de três milhões de pessoas e, por ouvir muitos questionamentos a respeito, fiquei besta... Enfim, a Surfistinha e seu filme podem ter aberto um pouco a mente das pessoas, mas não o suficiente para se quebrar um tabu imposto pela sociedade.
         
 O objetivo de tal encontro era trazer, mostrar e apresentar tal realidade e descobrir se o preconceito permeava os presentes. Como conclusão final, posso dizer que o tema foi muito bem recebido e apesar dos problemas, debatido sem restrição alguma e... A maioria dos presentes não demonstrou preconceito, até sairiam com garotos (as) de programa se os tivessem como amigos e até mesmo para o sexo, mas o tratando como iguais.

X.O.X.O,

WandercooL’
Presidente do Grupo E-Sampa  

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